A inspiração nos elementos específicos do lugar se converte em ponto de partida do projeto. Para iniciar cada projeto, Siza precisa travar um intenso diálogo com o lugar e os usuários. A essência da obra de Siza se baseia em sua capacidade de combinar em cada proposta a arquitetura racionalista e a sensibilidade em relação ao entorno.
Nesse sentido, Álvaro Siza é caracterizado como regionalista. Para Frampton, o regionalismo crítico é um modo de pensar a arquitetura como forma de valorizar os aspectos locais de uma determinada cultura, estabelecendo uma atitude de resistência perante o fenômeno da universalização cultural, a partir da relevância do contexto e de seus respectivos valores regionais. Há ainda a teoria dos contextualistas, que buscam na tradição do lugar e na cultura do lugar os valores que orientam sua produção: são os contextualistas que começam a entender o “espírito do lugar” (genius loci) como ponto de partida para a criação projetual. Foram influenciados pelas teorias de Ernesto Nathan Rogers, Aldo Rossi, Norbeg-Schulz, e tem relação com o conceito de regionalismo crítico de Kenneth Frampton.
Embora a paisagem seja só uma das várias obsessões recorrentes de Siza, se trata de uma das mais dominantes, e apesar de seu interesse por uma arquitetura que agregue significados ao lugar, o arquiteto não acredita que suas obras devam estar relacionadas com a idéia de uma arquitetura nacionalista ou superficialmente regional, que não existe relação alguma, nem sequer de materiais, com a arquitetura vernacular portuguesa.
Frampton define algumas características que ajudam a definir o Regionalismo crítico, e uma delas vai no mesmo sentido dessa afirmação de Álvaro Siza: "Enquanto se opõe à simulação sentimental do vernáculo local, em certos momentos o Regionalismo crítico vai inserir elementos vernáculos reinterpretados como episódios disjuntivos dentro do todo."
Frampton afirma ainda que o Regionalismo crítico, embora critique a utopia dos primórdios do Movimento Moderno, conserva alguns aspectos da arquitetura moderna, num processo que deveria ser de assimilação e reinterpretação dos elementos "universais".
Ainda que em contato com a cena global da arquitetura, especialmente após a Revolução de 74 em Portugal que pôs fim às várias restrições de informação até então presentes no país, Siza mantêm uma idéia distinta daquela arquitetura universal que pretendia transformar o mundo num mundo homogêneo:
Nesse sentido, Álvaro Siza é caracterizado como regionalista. Para Frampton, o regionalismo crítico é um modo de pensar a arquitetura como forma de valorizar os aspectos locais de uma determinada cultura, estabelecendo uma atitude de resistência perante o fenômeno da universalização cultural, a partir da relevância do contexto e de seus respectivos valores regionais. Há ainda a teoria dos contextualistas, que buscam na tradição do lugar e na cultura do lugar os valores que orientam sua produção: são os contextualistas que começam a entender o “espírito do lugar” (genius loci) como ponto de partida para a criação projetual. Foram influenciados pelas teorias de Ernesto Nathan Rogers, Aldo Rossi, Norbeg-Schulz, e tem relação com o conceito de regionalismo crítico de Kenneth Frampton.
Embora a paisagem seja só uma das várias obsessões recorrentes de Siza, se trata de uma das mais dominantes, e apesar de seu interesse por uma arquitetura que agregue significados ao lugar, o arquiteto não acredita que suas obras devam estar relacionadas com a idéia de uma arquitetura nacionalista ou superficialmente regional, que não existe relação alguma, nem sequer de materiais, com a arquitetura vernacular portuguesa.
Frampton define algumas características que ajudam a definir o Regionalismo crítico, e uma delas vai no mesmo sentido dessa afirmação de Álvaro Siza: "Enquanto se opõe à simulação sentimental do vernáculo local, em certos momentos o Regionalismo crítico vai inserir elementos vernáculos reinterpretados como episódios disjuntivos dentro do todo."
Frampton afirma ainda que o Regionalismo crítico, embora critique a utopia dos primórdios do Movimento Moderno, conserva alguns aspectos da arquitetura moderna, num processo que deveria ser de assimilação e reinterpretação dos elementos "universais".
Ainda que em contato com a cena global da arquitetura, especialmente após a Revolução de 74 em Portugal que pôs fim às várias restrições de informação até então presentes no país, Siza mantêm uma idéia distinta daquela arquitetura universal que pretendia transformar o mundo num mundo homogêneo:
“Não creio que a universalidade seja sinônimo de neutralidade, não é um esperanto da expressão arquitetônica, é mais a capacidade de se criar desde as raízes, como uma árvore que se abre; a expressão arquitetônica tem também essas fortes raízes... Meu sentido de universalidade tem mais a ver com a vocação das cidades, que vêm de séculos de intervenção, de mestiçagem, de sobreposição e de mistura das mais opostas influências, mas que se torna inconfundível. Um edifício em Berlim deve explicar sua localização para não ser mesquinho, limitado...”
Como resumo dessa atitude que nega a limitação do vernáculo, sem negar o seu uso, atrelado às novas técnicas modernas, Frampton define otrabalho de Siza na busca da ênfase do lugar:
"Essa hipersensibilidade em relação à transformação de uma realidade fluida e, contudo, específica, torna a obra de Siza mais estratificada e enraizada que as tendências estéticas da Escola de Barcelona, uma vez que, ao tomar Aalto como ponto de partida, ele fundamentou seus edifícios na configuração de uma topografia específica e na refinada textura da malha local. Com essa finalidade, seus fragmentos são respostas à paisagem urbana, campestre e marinha da região do Porto. Outros fatores importantes consistesm em sua deferência para com os materiais locais, o artesanato e as sutilezas da luz local; uma deferência que é mantida sem cair no sentimentalismo de excluir a forma racional e a técnica moderna."
Ola! Sabe-me dizer em que livro está a citação do Álvaro Siza que começa por: “Não creio que a universalidade seja sinônimo de neutralidade..." o post "lugar | regionalismo crítico | contextualismo" pois estou a afazer a tese de mestrado e essa citaçao é excelente par um dos capítulos! Obrigado!
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